LUSO, BURACOS FALAM CÂMARA DORME (1)
CINE TEATRO AVENIDA
Há buracos por todo lado, uns que se abrem por si, outros abertos por encomenda, outros ainda da contra espionagem instalada no poder “sportingado “das sarjetas e capelas da política, afastados do interesse colectivo, próximos do pessoal. Diariamente se abrem buracos profundos no sub-solo do solo, buracos entranhas que se escancaram ás maravilhas num posto turístico esgotado em permanência pela afluência de turistas á capital do leitão. A Câmara ataca a alma das gentes, numa gestão desastrosa destruiu-se a si e destrói o que a cerca.
É no chão mal encanado dum Luso sem poder para gerir os seus bens que a administração obsoleta da sede do concelho , ocasionais romeiros da politica sem norte e rumo, mostram a sua total incapacidade como actores políticos no momento que passa. No inicio da nova época balnear a Câmara tem a estância termal num estado deplorável, lastimoso. Talvez envergonhada , incapaz, escondida nos tojos do seu reduto de malabarismo amador manda dizer pelos comissários da imprensa que as Termas já não são recurso turístico, não são recurso nenhum. Talvez o resto do concelho o seja, por isso o vemos invadido por turistas de todo o mundo por ruas citadinas onde se não pode andar nem conduzir, tal o movimento da cidade fantasma. Talvez se riam satisfeitos com a desgraça dos outros que começa por ser a deles mas isto não é para rir, na sombra destes risos irresponsáveis e sarcásticos o maior empregador da freguesia e do município despediu-se para o estrangeiro e levou a sede ás costas. Sede, empregos, contas e lucros enquanto a Câmara com quatro vereadores a tempo inteiro gasta o orçamento em festas continuadas para entreter o seu pagode e encher de assessores a casa municipal Esta é a pobre realidade . Distraídos, não vêem mil camas do turismo desaparecer como por encanto com todos os prejuízos inerentes sem que por uma vez que fosse ou seja, se ouvisse o descontentamento dum eleito , o protesto dum politico num acto consciente , necessário e urgente na defesa do património físico , cultural e económico que nos pertence e que cumpre aos eleitos , em primeiro lugar, preservar e defender. Nos órgãos municipais não se ouve um protesto pela simples razão de que politicamente estão presos numa teia de favores onde o poder sucumbiu á ética e á independência institucional. Por isso não enxergam os buracos que se espalharam pelas termas e não reparam sequer que a época balnear já começou. Mordomos autonomeados dos festejos municipais onde gastam o nosso dinheiro em farto foguetório, esquecem o recomeço dumas termas que ajudaram a minimizar e com elas uma fatia de economia destinada a sustentar o cidadão onde o dinheiro não cai do céu como na autarquia. Assim se passa ao largo sobre a exigência mínima duma gestão corrente e sobre o mínimo respeito que se deve ao território e ás gentes que lhes deram o voto e não se sabe porquê. Um absurdo freudiano! Se caso não pretende o executivo gerir a freguesia é bom que expressem honesta e claramente os seus desejos, o caso é simples e a solução é fácil. Assumam-no com seriedade, tiram as mãos de cima da sua administração que o Luso-Buçaco tem potencialidades suficientes para se desenvolver por si só como nunca terá nas mãos de executivos como este, uma pequenez de geringonça feita á pressa para melhorar reformas mas que cada vez entende menos do que se passa á sua volta. De restos haverá vizinhos não distantes que nos podem tratar melhor , dar mais meios, respeito , simpatia e transparência de processos. Quem não gostará de ter no seu território a marca Luso-Buçaco , uma marca universal com quase 200 anos de idade ? Manipulada hoje por ignotos desconhecidos talvez nem nativos do concelho? Com que legitimidade ou saber?
Hoje não há um emprego na freguesia do Luso e a Câmara , depois de fazer a triste figura que faz na feira de turismo de Lisboa retirando do evento a freguesia que, quer queiram quer não é a que traz e trará de forma esmagadora mais turistas ao concelho, passa uma esponja sobre os problemas que tem como se tudo fosse normal ? Limitaram o trabalho ao recebimento mensal do rendimento milionário que lhes pagamos para se esconderem na comodidade climatizada da casa do concelho? Fazer política não é esta renúncia , este fugir quase cobarde ás questões que atingem os munícipes, mas é bem o contrário da gestão ruinosa que vemos á frente dos nossos olhos. O mundo não começa nem acaba aqui e muito menos nos dentes enferrujados da rotina socialista. Há mais democracia, mais partidos, mais cidadãos e mais vida para lá dos cartões partidários da tomada dum poder que amanhã muda de mãos. Na efemeridade dos fenómenos há sim que fazer mais e melhor com consciência e com sentido de Estado e do dever cumprido. Mais e melhor por um futuro melhor porém, não são falácias á vista desarmada !
Na pacatez da estância assumida no turista pé descalço, garrafão e malheta maratona , bem vindo em forma de estatística na água da fonte pública, agora abalizada pelas análises oficiosas que acabaram por magia ou encomenda com a impropriedade cíclica , estou como Henrique Neto, ex candidato á presidência da republica que a fauna do compadrio socrático diabolizou , mas que conserva perfeita a saúde mental, a dignidade no olhar e o humanismo na esperança de amanhã, ainda que Portugal seja , por laxismo, comodismo e atavismo , e ele sabe-o bem, historicamente deficitário para com o miolo , a força motriz , a energia e o coração do país, predicados melhores que tem no povo. O contrário , está nas elites sôfregas de poder sem lei, de corrupção, na loucura e falta de senso , factores que nos conduzem ao poder irracional , desbragado e destruidor que olha por si em primeiro lugar em segundo e em terceiro…É dentro deste suborno politico partidário que se encontra a não importância do ruir do património físico, cultural, económico das termas do Luso. Há que respeitar o munícipe, sobretudo aqueles poucos teimosos que, acreditando nas potencialidades locais dentro duma mini-economia de fragilidades onde o primeiro beneficiário da riqueza não investe nem é obrigado a investir não cumprindo os seus deveres contratuais , há homens e mulheres que ainda acreditam nos outros , na sociedade, e corajosamente investem pelos seus meios próprios onde outros falham ou fogem. Há que reconhecer e respeitar esses sujeitos, que não são identificados no carnaval das honrarias bolorentas. Ainda bem, não é o lugar próprio para quem crê e investe no município acreditando nele e em si. Os autarcas não os conhecem .Não é difícil saber porquê. Luso,Junho,2018