AINDA O CINEMA
Ora aqui temos, ainda que de fraca qualidade, uma
imagem original do Cine Teatro Avenida do Luso
construído na primeira metade do século passado por
emigrantes do Brasil.
Como se vê é um belo edificio que caracteriza uma
época com uma arquitetura própria e exclusiva para
casas de cinema das quais existem dois ou três
exemplares em Portugal.
A Cãmara da Mealhada é hoje o proprietário do
imovel, comprou-o há alguns anos. Completo.
Foi nas suas mãos que começou a ruir, hoje o
telhado da zona do palco está em franca queda
e todo o resto ameça súbita ruína.
Depois de ter reconstruído os cinemas de Mealhada
e Pampilhosa que não sua pertença, a mesma
autarquia deixa cair o das Termas, que é de seu
património.
Porque comprou a câmara o imóvel ?
Se não era para reconstruir que outras razões e
interesses levaram á efectivação do negócio?
Numa câmara tão exemplarmente gerida para
que servem as ruínas como esta, como a Junta
Nacional do Vinho, entregue ás ratazanas, como
uma antiga fábrica de cerâmica na Pampilhosa
só com paredes exteriores de pé?
Será gerir bem gastar o dinheiro do municipe
desta maneira ? E para que serve o milhão de
euros gastos nas àguas de Coimbra ou um
milhão e meio para a Mata Nacional do Buçaco,
que é património alheio?
Tudo isto deixa muitas interrogações no ar,
e é pena não existir uma oposição que esclareça
estas questões junto do poder local.