UM APOIO POLITICO
TERMAS DO LUSO
RAZÕES PARA UM APOIO POLITICO
Lamento muito não poder estar presente de forma pessoal nesta manifestação de apoio a Rui Marqueiro, mas a recuperação duma pequena intervenção cirúrgica donde regressei ontem, impede-me de o fazer. Assim, solicito á mesa eventual que dará ordem às intervenções que venham a ter lugar, o favor de fazer transmitir em meu nome o texto que segue, dirigido aos munícipes deste concelho, aos meus conterrâneos lusenses e ao candidato o Dr. Rui Marqueiro.
A este último gostaria de, na qualidade de munícipe do concelho da Mealhada, mas sobretudo na qualidade de cidadão do Luso, reconhecer em público e agradecer o trabalho que, quer durante os seus mandatos como presidente da Câmara, quer como presidente da Assembleia Municipal, realizou nesta freguesia do Luso, optando por uma estratégia de médio e longo prazo inteligentemente delineada e seguida e dirigida para o desenvolvimento e alargamento do leque turístico-termal com a construção e consolidação de equipamentos de inquestionável valor desde há muito aguardados pela vila.
Pode-se afirmar sem contestação possível que Rui Marqueiro esteve em tudo o que se passou de importância para o Luso e para o turismo concelhio desde o 25 de Abril, aproveitando duma forma atenta, oportuna e clara os investimentos comunitários na vertente turística deste concelho, actividade preponderante do ponto de vista económico que oferecia e pode oferecer se bem e firmemente gerida, um espaço capaz de fazer andar a freguesia e o município. Coisa que entretanto outros deixaram levianamente morrer !
Infelizmente após todos estes incansáveis esforços para desenvolver o Luso, forças ditas também socialistas mas imbuídas de espirito paroquial e não de interesse colectivo, como aliás aconteceu um pouco por todo o país, entenderam que o Luso já tinha mais que a sua parte após a construção do Centro de Estágios do Luso, obra feita no pós Rui Marqueiro mas que vos garanto aqui, se necessário explicarei porque o digo, se lhe fica em grande parte a dever.
Mas a partir daí o Luso, apesar de ter pago com receitas oriundas do próprio Luso quase todas as suas obras públicas, Centro de Estágios incluído, foi colocado na prateleira do esquecimento propositado e as intervenções de que foi alvo foram autênticos disparates, iguais a muitos outros que levaram Portugal á falência e á divida que temos que saldar a partir dos nossos bolsos. Refiro-me ao granítico Mausoléu transmontano em que transformaram a Fonte de S. João e á recente destruição duma escola que, exceptuando o telhado, estava em magníficas condições de responder às exigências do ensino local por muitos anos. Foram as duas obras, uma ainda em execução. Não quero inferir daí que haja interesses colaterais nestas empreitadas absurdas, quero acreditar que a Câmara seja honesta, mas estas obras sem lógica nem sentido, às quais se junta a de sucateira do imobiliário que também parece ser, não sei se comprando as velharias do concelho se desenrascando proprietários “enrascados”, não dão uma ideia muito clara das actividades comunais. Se acrescentarmos o facto de vivermos num país onde milhões de pobres e desempregados estão a passar fome, nem sequer tem explicação plausível.
Acresce em relação ao Luso, aquilo que eu considero a morte já nem sequer anunciada, mas mesmo em vias de funeral, se se pode dizer assim, do complexo termal. À redução das Termas a um terço, facto para o qual chamei muitas vezes a atenção em críticas causticas e severas e como se viu correctas, mas que nunca perturbaram a mente dos eleitos, nem da Câmara, nem da freguesia, junta-se agora a derradeira transferência do resto do engarrafamento da matéria-prima do Luso para a Vacariça, esvaziando completamente a freguesia de tudo o que lhe pertence e tem enterrado no seu solo, sem qualquer contrapartida equivalente e sustentada, antes pelo contrário, com mais alguns despedimentos na manga do casaco. E o que fizeram os políticos eleitos durante o caminhar de todo este processo de atropelos e enganos do capital internacional? NADA. E do que alertaram os organismos superiores competentes na matéria termal, se é que por acaso os há, olhando pelos bens dos portugueses? NADA!
Além de obedientes e bons merceeiros, comodamente sentados nas poltronas municipais a somar e subtrair, deram de mão beijada todo o ouro ao bandido, um deles, excelente miguel de vasconcelos, curiosamente empenhado de novo na destruição da televisão dos portugueses. Dos nossos representantes edis não ouvimos um reparo, não escutamos uma exigência, NADA!
O facto de serem socialistas, e eu sei perfeitamente como foram escolhidos enquanto candidatos, não me inibe de dizer seja o que for a seu respeito, diria o mesmo, já o tenho dito, doutras cores partidárias, porque como socialista que sou e de cujo espirito essencial comungo, espero o melhor, a justiça, a rectidão , a solidariedade ,a verdade, e alguma competência .
Depois o Estado pelintra, no mau Estado em que se encontra, entregou a Mata Nacional do Buçaco a uma Fundação gerida por um engenheiro civil escolhido por trocas entre candidatos a lugares políticos, e assim se transformou num asilo partidário cujos lugares dependem duma também politizada entrevista até aos níveis inferiores. O cartão partidário, o tirar o chapéu, a rede de informações com telemóveis pagos por nós contribuintes, instalou-se como lepra vergonhosa entre quem dispõe duns centímetros de poder para pateticamente se autopromover e criar redes de mesquinhas informações. Um palco suficientemente grande para se destruir com o á vontade da ignorância um bosque centenário! Indigno de socialistas da maneira como aprendi a ver a instituição partidária!
A Fundação lá teve, com o beneficio da dúvida, uma nota de medíocre na classificação fiscal nacional, para mostrar á evidência a inutilidade de entregar uma Mata Nacional da envergadura do Buçaco, a uma Câmara Municipal e a uma série de intervenientes vários, o melhor caminho para nada se fazer além da destruição sistemática e irresponsável do seu património botânico e cultural. Onde muitos metem a mão todos estragam e nenhum repara. Basta percorrer os diversos trilhos da floresta sem a cegueira de interesses que não sejam os de toda a população concelhia para o constatar! De resto o que é NACIONAL compete ao Estado gerir, não a Câmaras.
Se falarmos finalmente em resultados turísticos comparando o que se gastou e beneficiou com esta fundação subsidiada pelo município, onde estão as contas? Onde está o feed back correspondente aos gastos realizados? O hotel da Mata está periclitante, os do Luso, nem se fala e quanto a negócios gerados entre comerciantes, nem há ponta por onde se lhe pegue. Claro que ninguém fez contas, ninguém as faz, a irresponsabilidade é total, ninguém responde por nada!!!
Em consonância com a magreza e a operacionalidade dum mini spa aberto ao serviço do hotel das termas e praticamente fechado a todas as outras unidades hoteleiras, o bloco de fisioterapia nunca reabriu depois da sua destruição em 2008 e de engodo em engodo, a empresa concessionária, já não se sabe muito bem quem é responsável no embrulho feito pelas empresas de advogados, engana quando quer e lhe apetece a malfadada autarquia Câmara, ela própria curta e imprópria para acompanhar a subtileza do processo.
Peço desculpa pelo tamanho da comunicação bem como do seu conteúdo quase todo respeitante ao Luso, a terra onde nasci e vivo e pelo conhecimento que tenho das coisas, das pessoas e das suas atitudes, tenho razões para me convencer e convenço-me que há da parte desta edilidade em exercício uma atitude de repúdio e de aversão pelo que diz respeito ao Luso. Um espirito e uma gestão, que a ser assim, são intoleráveis!
Amigos e Carissimo Rui Marqueiro.
Não fiz uma apologia dos seus dotes e virtudes. Não sou homem para isso nem o senhor é homem para as valorizar ou lhes dar importância. Pelo que conheço de si basta-lhe arregaçar as mangas sem paliativos e discussões e ir a direito pelos caminhos que honestamente sabe traçar. Neguei-lhe o meu voto uma vez, mas não vale a pena dizer-lhe que estou arrependido. Tenho por hábito não me arrepender do passado, bom ou mau, não porque não esteja consciente do bem ou mal que fiz, mas para não me mortificar nem cair em lamentações serôdias quando nada mais há a esperar do erro ou da virtude. Não o fiz por desconsideração nem por desconhecimento das suas capacidades, fi-lo por uma conjuntura e uma avaliação desproporcionada fruto de equívocos e más interpretações. Sem qualquer reserva intelectual acho que poderia ter feito melhor e se de algum consolo serve a ambos peço desculpa, apesar da sua probidade nunca me ter demonstrado qualquer incomodo ou antipatia. Parece-me que é assim que as coisas devem ser.
Desta vez, sem dúvidas, tenho a certeza que o município precisa do seu trabalho. Posso dizer-lhe na minha modesta opinião, apesar de não haver muitas hipóteses que se possam discutir, que foi dos ótimos autarcas que teve nas mãos o leme do concelho desde que a Mealhada assumiu esse patamar administrativo. Por muito que desfolhe os poucos alfarrábios da nossa história comum, não vejo quem mais fez tanto com algum pouco que segurou nas mãos, exceptuando os pioneiros ou fundadores cujos problemas seriam naturalmente de índole diferente.
Claro que não vai ser fácil a missão para que se candidata, todos sabemos isso, mas por essa mesma razão podem as dificuldades transformar-se em motivações, desafios e lutas politicas capazes de satisfazer o ego que nos leva a ser uteis para com a comunidade que nos rodeia, a única razão, no meu entender, para trabalhar no serviço publico da democracia.
A Mealhada precisa dum homem capaz, que nos dê a segurança possível num amanhã que se anuncia sombrio e que comungue com a maltratada juventude dos nossos dias, os nossos filhos e netos a quem não soubemos criar uma vida melhor nem dar condições de futuro. É preciso ultrapassar esta incómoda situação a que chegamos muito por culpa dos banqueiros, mas também de políticos inconscientes e irresponsáveis. A seriedade, a honestidade, a justiça o peso da palavra, vão ser virtudes éticas difíceis de recuperar, por isso é urgente que os homens de boa vontade retomem as rédeas da esperança e do trabalho em prol das sociedades futuras e do homem.
Termino retornando á minha terra, o Luso. Peço desculpa a todos os amigos aqui presentes. Quando for preciso falar do município, posso fazê-lo, mas hoje deixem-me dar voz á minha revolta com o fim em vista do complexo das Águas e Termal. Conheço bem o concelho, e neste momento não há ninguém capaz de lutar por ele e contra a catástrofe que caiu sobre o Luso, senão Rui Marqueiro. Sem dúvida, ele é não só o melhor candidato a candidato, como o melhor candidato á Câmara da Mealhada. Passa de um século que não surgiu outro melhor! A obra, quer queiram ou não queiram meia dúzia de aberrantes detratores, está bem á vista. Daqui lhe envio o meu sincero apoio e um abraço de amizade e estima.