Há Mais de um século, o inicio do ciclo da água
Opoder de vez em quando muda. Mesmo o poder rotineiro muda, por acidentes de cadeiras, por uma lei limitativa, ou por outra razão qualquer, acaba. Temos um desses a terminar no concelho e os protagonistas a arrumar as malas, sacudir as teias que já apodrecem pelos bafiosos sótãos das casas municipais, para deixar os cadeirais do mando. Na minha perspectiva de cidadão do município os que vão sair não deixam saudades, na qualidade de cidadão do Luso, deixam atras de si o maior desastre por que a vila termal alguma vez passou nos seus séculos de existência.
Estes dinossauros sem osso manifestam á saída as serôdias saudades, duvidam da lei que os manda embora e despejam em obras desnecessárias os cofres da autarquia, não venham os vindouros a beneficiar das poupanças que fizeram para começar em grande. O mais provável será a troca fazer-se entre amigos partidários, o que nos leva a concluir que com amigos assim se pode confiar plenamente!
Numa recente entrevista o presidente cessante afirmou que nos últimos 40 anos a Mata Nacional do Buçaco nunca esteve tão bem tratada como nos três ou quatro anos que leva da chamada fundação. Eu digo que se existisse um livro de anedotas concelhio, esta afirmação teria lugar destacado entre os disparates do ano e demonstra claramente o nulo conhecimento dum homem que esteve dezenas de anos em funções de responsabilidade no território. De facto é preciso não ter a mínima noção do que foi, do que é e do será o Buçaco, a sua floresta e o seu património! Ter passado esses anos por cargos políticos no concelho sem ter percebido nada do que se passa á sua volta é deprimente.
Também não percebeu o nó ferroviário da sua terra ou o insólito campo de golf á sua porta, dinheiros públicos gastos em utópicas brincadeiras sem sentido nem lógica e de execução menos que provável. Mas o descalabro total, além do gasto dos dinheiros públicos na compra de ruinas de imobiliário de duvidosa utilidade, foi, como tenho dito, a falta de estratégia politica para o Luso, embarcando levianamente em promessas que se traduziam em verdadeiros engodos que sempre apoiou. Ajudou activamente a acabar com as termas clássicas, participou na liquidação flauteada do Bloco de Fisioterapia, colaborou no fecho da sede da concessionária e dos seus escritórios, da fábrica do engarrafamento do Luso, facilitando, sem contrapartidas negociadas, tudo o que a empresa pretendeu. Baniu do Luso o maior empregador que foi deste concelho e iniciou na sua visão estalinista a destruição do Buçaco.
Depressa o descalabro dos políticos foi acompanhado pela derrocada de quartos, da falta de termalistas, pela implementação do turismo de pé rapado no Buçaco. Esqueceu o património Unesco, tirou o parque de campismo dos circuitos, abandonou vergonhosamente a Av.do Castanheiro, assistiu ao fecho da CP, dos correios e destruiu uma excelente escola para construir outra em cima dela. Dois hotéis foram engodos eleitorais, a Lusoinova uma pasmaceira de fábricas de sabonetes, perfumes e loções?
Rir? Chorar? Tanta falta de respeito com o dinheiro dos nossos impostos!
Hoje, é claramente perceptível a equipa que vai entrar. Tem timoneiro, é certo, mas não percebo, na minha ingénua incomodidade, por que razão vão ser votados e eleitos dois edis que colaboraram activa e conscientemente em todo este lamentável processo de destruição do Luso e do Buçaco. Leiam na net as actas da Câmara e saberão o que eles votaram e disseram. Ou não disseram!
Será um prémio? Contrato profissional? Arranjismo ? Do timoneiro, esperava sinceramente melhor argúcia e bom senso. Não acrescento mais nada, mas que a falta de ética política é muito grande, é evidente !
Luso,Agosto,2013